Somos uma comunhão de grupos cristãos espalhados pelo Brasil. Grupos familiares que se reúnem nas casas. Não temos uma sede, templo ou denominação. Tampouco somos igreja em células. Não temos a intenção de servirmos de modelo à prática da igreja. Não encorajamos ninguém a desistir da jornada empreendida no interior das instituições eclesiásticas em que atuam, quer sejam católicas ou evangélicas, pois o testemunho cristão não depende delas e muito menos é impedido por elas.
Não encontramos justificativas para a promoção da divisão, pois a vontade de Deus se pauta pela Unidade do Corpo de Cristo. Assim, apoiamos as iniciativas de Unidade entre os Cristãos, dentre as quais destacamos o Encristus. Cultivamos a comunhão sem nos propormos à função de exercer cobertura espiritual a quem quer que seja.
Nossa história
Nossa história remonta ao início da Renovação Carismática (Protestante e Católica) no Brasil. O casal Offini e Elza Franco (ele presbiteriano, ela católica – cada qual com participação ativa e efetiva em sua igreja) recebeu, em 1972, uma promessa de Deus de que seriam “pais de muitos filhos”. Enviados pelo padre Eduardo Dougherty (conhecido de Elza Franco), jovens católicos, ávidos e sedentos por Deus, começaram a bater à porta dos Francos para aprofundamento bíblico, ainda no ano de 1972. Transformados pelo Evangelho, tanto os jovens quanto Elza Franco não encontraram espaço dentro da igreja católica. O convencional e o que os livraria de inúmeros problemas seria que fossem encaminhados à igreja presbiteriana (da qual Offini Franco era presbítero). No entanto, o chamado de Deus era para algo diferente. E houve muita luta para entenderem isso e se manterem fiéis à vocação. Aquele primeiro núcleo de jovens adolescentes, que se reunia ao redor da mesa de jantar da sala dos Francos, deu início a um movimento que perdura até hoje e, com a graça de Deus, continua crescendo e se espalhando.
Reunimo-nos localmente em famílias (sempre em número adequado às instalações de uma residência). As reuniões dispesam algumas estruturas encontradas nos templos. Tentamos, tanto quanto possível, não trazer o templo para dentro das casas. Acreditamos que a igreja doméstica tem, conforme o Novo Testamento, a sua liturgia característica. Esse modelo tem favorecido a formação de muitas pessoas em condições de hospedar igrejas em suas casas. Temos buscado de Deus cada vez mais o significado de uma liderança plural. Temos procurado ardentemente chegar ao máximo de organismo e ao mínimo de organização. Estamos indo nesta direção.
Foi um grande “achado” entender que em cada lar se reúne uma igreja que funciona em tempo integral. Pais, mães e filhos (principalmente estes) atuam, uns nas vidas dos outros, como medida de proteção contra o orgulho e a hipocrisia espirituais. Neste ambiente, não dá para colocar máscaras, sob pena de tê-las arrancadas por pessoas que tão bem nos conhecem. As muitas reuniõezinhas semanais (algumas delas ocorrendo em meio às refeições) são celebradas em reuniões semanais maiores (de, no máximo, 4 ou 5 famílias), com o propósito de adoração, aprofundamento na palavra e comunhão
Ultimamente temos trabalhado intensamente a família para o propósito de Deus. Acreditamos que a família terá papel fundamental na restauração de todas as coisas (Atos 3:21; Maláquias 4:5,6). Alguns conceitos estão sendo muito trabalhados em nosso meio: por exemplo, a diferença entre “ser igreja” e “ir à igreja”; “atrair as pessoas para a igreja” versus “levar a igreja às pessoas”; “achar casas dignas” e, consequentemente, pessoas dignas que hospedem igrejas e sejam pastores para ovelhas órfãs e perdidas, conforme o ministério de Paulo (Atos 13,14; Mateus 10); “o homem integral” (viver, na prática, a integralização da vida, em todos os ambientes em que ela acontece).
Estamos em busca da igreja Gloriosa que Efésios nos apresenta. Não se trata de um novo movimento ou “mover”, mas da igreja “fraca”, destituída de justiça própria, de arrogância, de controle humano, totalmente dependente do Cordeiro, dirigida pelo Espírito Santo, uma igreja sob o “espírito e poder de Elias” para converter o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos pais. Temos procurado andar naquilo que Deus tem nos ensinado ao longo dessas décadas. Procuramos praticar e incentivar largamente o “Ministério ao Senhor” em nosso meio: reuniões para “ouvirmos de Deus”, para buscarmos os interesses de Deus e não os nossos e imediatos.
Muito bonito isso que vocês fazem. O meu desejo é que sempre consigam o que vos procuram. Grande abraço mesmo sem conhecê-los. Deus vos abençoe.